7 de out. de 2012

FUTURO

Nunca acreditei em videntes e cartomantes. Um dia estive frente a uma, por circunstâncias totalmente alheias a minha vontade. Nunca me esqueci, não das doces mentiras que nossos ouvidos buscam ouvir embrulhadas de previsões, mas da simples declaração de amor à vida e às pessoas que fez. A senhora olhou profundamente em meus olhos (e poderia ter parado aqui, porque seu olhar era daqueles que antecipam toda a beleza por vir) e disse: "Filha, nunca saí desta casa, embora tivesse tido oportunidade de conhecer outros lugares, como por exemplo Goiás, onde mora meu filho. Mas, lhe digo, não teria sido mais feliz em nenhum outro canto como fui aqui, com o meu velho." Videntes e cartomantes continuam sem crédito comigo, mas a humanidade marcou um ponto com esta velhinha, pela sinceridade com que falou sobre a felicidade estar dentro da gente. Pessoas me interessam pelas sabedorias de vida que passam, despretensiosamente. Um clichê jamais será apenas um clichê quando dito com sinceridade. Eu te amo, por exemplo.    

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