31 de jan. de 2012

O QUE GOSTARIA DE TER ESCRITO A VOCÊ

"Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem." Veronica H.

29 de jan. de 2012

BRASILEIRO E O SERVIÇO PÚBLICO

A moça que trabalha em casa (diarista) tem uma filha dislexa. Falei sobre a existência da ABD (Associação Brasileira de Dislexia), que oferece atendimento por equipe multidisciplinar. Pergunta se ela, com telefone e endereço em mãos, procurou o serviço. Claro que não. Um dia desses ainda me disse que não vê a hora de poder pagar à filha uma escola particular (aliás, hoje ela está passando as férias com os avós na Bahia e a matricularam numa escolinha particular de reforço, mesmo com todas as privações por que passam). Esse é um de tantos outros exemplos que teria para contar para concluir que brasileiro acha que tudo que é público é gratuito, e que tudo que é dado de graça não presta. Os serviços públicos são ruins porque as pessoas, ao invés de exigirem melhorias, não os querem, fogem deles como o diabo foge da cruz. E nem sempre isso (qualidade ruim dos serviços públicos) é verdade. Por exemplo, os maiores especialistas da área médica estão no HC (Hospital das Clínicas), em São Paulo, e a Defensoria Pública faz um trabalho muito superior a muitos advogados por aí. Os serviços públicos, de uma forma geral, vão mal, mas, a continuar o estigma de que devem ser destinados apenas para pobres e que, em tempos atuais, ninguém quer ser pobre (todos querem ascender socialmente), ficarão piores.

OBA MORRISSEY NO BRASIL

A última passagem de Morrissey pelo Brasil foi em 2000. Infelizmente, na época, não pude ir ao show. Imaginem minha felicidade ao ouvir no rádio que Morrissey fará apresentações em março, em São Paulo, no Espaço das Américas, Barra Funda, dias 11 e 12. Hehehehehehehe!!!! Com certeza estarei lá. Pena que ainda nada divulgaram sobre compra de ingressos. Melhor ficar de plantão, antes que rapidamente se esgotem.
Até lá, cd's e vídeos.

Heaven knows I'm miserable now.



Um adendo: alteraram o local do show para o Via Funchal.

23 de jan. de 2012

PARA OUVIR A DOIS - CONTINUAÇÃO

Só hoje, ouvindo no rádio "We just don't care" de John Legend, lembrei-me de não poder deixar de incluir na lista de músicas para ouvir a dois essa música, feita no mais alto estilo de Marvin Gaye, com "Let's get it on".




9 de jan. de 2012

ETERNIDADE

Hoje, assistindo ao filme "Quincas berro d'água", ouvi em uma das cenas "A noite do meu bem", música imortalizada na voz de Dalva de Oliveira. Lembrei-me de uma doce amiga do colegial. A mãe tinha o hábito de cantá-la em casa, e ela cantava para mim durante as aulas. E saber da existência dessa música por ela foi mais importante para minha vida do que todos os saberes que tão bem-intencionadamente os professores desejavam me ensinar. Sempre que a escuto, lembro-me dela, tão melancólica, cantando.
Um dia perguntei ao padre com quem trabalhei na Pastoral Carcerária se acreditava em vida eterna, tal qual apregoava, e ainda apregoa, a igreja católica. 
Ele respondeu que eternidade para ele é quando fazemos o bem a alguém, e esse alguém o transmite a novo alguém, que transmite a outro, e a outro, e a outro, infinitamente.
"A noite do meu bem" imortalizou-se dessa forma. A minha amiga imortalizou-se, para mim, cantando "A noite do meu bem". E eu quero um dia poder cantá-la também para minhas crianças.


CRIANÇAS SÃO SÓ CRIANÇAS?

Minha sobrinha de 7 anos, enquanto pintávamos mandalas, me perguntou:
- Tia, vc tinha muitas amigas quando era criança? 
- Não, tinha poucas.
- Quantas?
- Tinha umas três (só não expliquei que na conta incluía minha irmã - até hoje uma grande amiga- e uma prima).
- Eu só tenho uma, as outras é tudo falsas.
Surpresa, não lhe disse que demorei, pelo menos três vezes a sua idade, para descobrir isso.
É claro que, hoje, com mais de 33 anos, meu mundo não é mais assim, digamos, tão dicotômico (amigos verdadeiros, amigos falsos), mas assusta um pouco ver que para crianças desta idade o pano do teatro mágico já caiu. Nessa idade, até em papai noel eu acreditava.

6 de jan. de 2012

CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL - OXÍMORO?

Hoje assisti à parte de um documentário chamado "Obsolência programada", que trata da lógica da economia capitalista de crescer por crescer, a ponto de todas as coisas produzidas terem uma vida útil cada vez menor, o que, por um lado, estimula o consumo e, de outro, aumenta os resíduos (o que fazer com eles, onde descartá-los?). O primeiro produto a sofrer da tal obsolência programada foi a lâmpada. Criada para durar 1500 horas, aos poucos o mercado foi dominado por cartéis, que passaram a controlar o consumo e a ditar seu tempo de vida útil, introduzindo dispositivos que reduziram aquelas horas. E a idéia espalhou-se para todos os setores e bens de consumo. O lema de nossa sociedade atual é "comprar, jogar fora, comprar". O custo do conserto de um bem durável hoje em dia praticamente atinge o valor de um novo, o que faz com que o descarte e a compra de um novo sejam a opção escolhida pela sociedade de consumo.
Economistas igualam a lógica capitalista ao câncer, o único que cresce por crescer.
Os reflexos desse comportamento já são sentidos e temas como o crescimento sustentável estão na ordem do dia. Afinal, o mundo é finito e por isso não comporta um crescimento infinito da economia.
Sobre o assunto recomendo a leitura do texto http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-753X2004000200012&script=sci_arttext, que, em resumo, afirma:

"Desenvolvimento sustentável deve ser desenvolvimento sem crescimento – mas com o controle da população e a redistribuição da riqueza – se é para ser um ataque sério à pobreza."


4 de jan. de 2012

PARATI OU PARATY

Parati é nome de peixe, Paraty significa água de mar. Hoje a grafia utilizada é Parati. Uma cidadezinha patrimônio nacional (atualmente pleiteia o título de patrimônio universal junto a UNESCO), cujo centro histórico já vale a viagem. Foi o que fizemos nesse Reveillon. Nada de praia, embora Parati possua mais de 300, muitas acessíveis apenas por barco, paradisíacas. O tempo também não ajudou muito, já que estava nublado, então aproveitamos para dormir, comer e andar pelas charmosas vielas de pedras ladeadas por casarões coloniais. Parati, embora pertença ao Estado do Rio de Janeiro, foi um grande porto para escoamento dos produtos paulistas e mineiros, como café, ouro e açuçar, ao exterior.
Dizem que a cidade foi fundada por maçons. O símbolo maçônico do triangulo é visto em todos os cruzamentos das ruas. Vê-se que todos os três imóveis de esquina, exceto um portanto, possuem uma coluna em pedra, o que forma um triângulo imaginário, símbolo da maçonaria.
Outros fatos interessantes são que o centro histórico foi construído com 33 quarteirões e as casas construídas na escala 1:33.33, número maçônico. Observa-se também que alguns casarões preservaram faixas com desenhos geométricos, que também identificavam os maçons, além da tradicional pintura branco e azul turquesa. 
Algumas imagens com os símbolos:



Hospedamo-nos na pousada Pardieiro, localizada no centro, em trecho na rua do comércio bem residencial, silêncio total e um jardim interno com muita natureza e sons de passarinhos.

A pousada é charmosíssima. Foi de propriedade do saudoso Paulo Autran. Possui móveis antiquíssimos e o café da manhã é servido ao som de música clássica. Você literalmente volta no tempo. Está na lista dos 1000 lugares a conhecer antes de morrer, merecidamente.

A pousada é para os que gostam de contato com a natureza, silêncio, conversas (os apartamentos não possuem televisão, nem cd player), enfim, se desligar do mundo apressado de hoje.

Aqui vai o link da pousada:

Para comer indico: Café Pingado - http://cafepingadoparaty.blogspot.com/ . Todos os doces são excelentes, sem falar no café, capuccino, mocaccino. Se você quer fazer uma refeição leve, tem tortinhas salgadas acompanhadas de salada. E os precitos são bem camaradas.

Para quem quer saborear uma boa moqueca de camarão (no cardápio consta bobó de camarão, mas achei que estava mais para moqueca), indico o restaurante Sabor do Mar - http://www.paraty.com.br/sabordomar/. Serve duas pessoas e custa R$ 100,00. Eles também trabalham com vários pratos com peixes, que são todos fresquinhos, você escolhe na vitrine.

O meu queridinho, pela tenda armada na área externa e a excelente cozinha mediterrânea, é o Refúgio - http://www.restauranterefugio.com/. Mas se prepare para gastar. Os melhores pratos são os mais caros. O meu preferido é o camarão à moda do Nick, em homenagem a um antigo pirata que rondava pela região. Esse prato é individual e custa R$ 88,00.

Com preços mais acessíveis, tivemos indicação pela pousada do Chafariz. É um restaurante antigo em Parati. Ao passar em frente, você não dá nada por ele, mas se a pousada indicou é porque deve ser bom. Infelizmente, não tivemos tempo de experimentá-lo, assim como também não fomos ao badalado Banana da Terra, super recomendado, também tradicional na cidade, mas da linha de restaurantes caros.

Para massas, o Punto Divino - http://www.puntodivino.com.br/. Não gostei da pizza, mas as massas, recomendo.

Não gostei do galeria do engenho, na rua da Lapa. A não ser que você curta uma comida boiando no óleo... Pedimos uma lagosta, que no cardápio seria grelhada. A lagosta foi frita e levemente empanada. O gosto era de óleo velho, com gosto de peixe, provavelmente aproveitado de outra fritura. Senti gosto de óleo, de peixe, menos de lagosta. E o atendimento é dos mais lerdos que já vi. Não que eu estivesse com pressa, mas sabe aquela situação de você levantar a mão para fazer algum pedido e o garçom fingir não ver, fazendo cara de paisagem? Pois é.