29 de jan. de 2013

Adoro pessoas que se mantêm fiéis às suas ideologias, sem frustrar crenças e expectativas dos outros (tudo a seu tempo, se houver tal tempo). Tenho uma amiga avessa a algumas convenções sociais, um exemplo, datas ligadas ao comércio (natal, páscoa, etc). Seu marido, ao contrário, é quem alimenta o filho com estórias que fazem parte da nossa cultura. Um dia, o filho perguntou à mãe se papai noel existia. Vendo nos olhos do filho a espera pelo sim, não pode roubar isso dele. Respondeu: "Para quem acredita, existe". E ele foi brincar feliz.

14 de jan. de 2013

As aventuras de Pi - Life of Pi.

Cinema é legal, porque, dentre outras coisas, tela, imagem e som, é uma experiência coletiva. 
Assistimos ao filme "As aventuras de Pi", lindo, recomendo. Um filme poético e filosófico sobre um infortúnio de um garoto indiano. Durante o relato de sua história, algumas tiradas cômicas aparecem, especialmente relacionadas à argúcia do garoto. Me espantei, no entanto, quando a platéia caiu no riso diante de uma cena entre o garoto, vegetariano, e um peixe (mais não falo para não tirar a surpresa do filme daqueles que pretendem assistir), em que havia sofrer, dor. O que foi aquilo? Insensibilidade, equiparação de uma tristeza legítima a sentimentalismo, ou dificuldade de interpretação? 

10 de jan. de 2013

Notícias

Definitivamente, um raio não cai duas vezes sobre o mesmo lugar. Estou muito feliz com a boa notícia de hoje. Sofrer por antecipação é perda de tempo, porém inevitável. Todos nós o fazemos. Por outro lado, nessa semana, infelizmente, recebi uma notícia ruim. No íntimo sabia que as coisas não iam muito bem. Se estou em tratamento, pensava, devo me sentir melhor, e não pior. Fato era que estava me sentindo cada dia mais cansada. Está certo que boa parte deste cansaço estava relacionada com o quadro depressivo no qual  entrei, sem o saber. Mas o que causou o quê? Não me sentir bem me levou à depressão, ou o inverso? 
Comecei a ler sobre psicossomática. Os antigos sempre repetem: a fé move montanhas. Então me pergunto se é possível o subjetivo criar matéria, interferir na realidade objetiva.
Recebi a notícia de que o medicamento de que faço uso perdeu resposta, ou seja, não está mais fazendo efeito. A doença voltou a avançar. A notícia boa é que meu médico tentará um tratamento experimental: vacina de células dendríticas.
A má notícia não me abalou. Depois de ter me deparado com a psicanálise, sinto-me diante de um mundo novo, desconhecido, a ser desbravado, algo grande que torna o meu problema menor. Não me sentia assim há anos. A última vez, talvez date de quando descobri os livros, que também me abriram as portas para um outro mundo, desconhecido.
É tão bom sentir-se assim.