28 de dez. de 2011

REDES SOCIAIS

Redes sociais são verdadeiros laboratórios de estudo de comportamentos humanos. Um deleite para os psicólogos ou metidos a.
Vários são os perfis de cada perfil.
Há os futebolistas. Aqueles sempre dispostos a comentar, passo a passo, todos os jogos e a caçoar dos times e torcedores adversários.
Há quem mete Deus em tudo, e não O deixa em paz, postando incessantemente mensagens do tipo "Deus é meu pastor, por isso nada me faltará".
Não podemos nos esquecer também daqueles que fazem questão de repetir o quanto são felizes e suas vidas um mar de rosa, perfeitas para um comercial de margarina. Numa vertente próxima, os exibicionistas, comprando, viajando, amando. Quanto a esses últimos, nunca entendi direito as declarações de amor feitas pelo facebook, quando o amado se está ao lado, ao vivo e a cores. É preciso que a declaração seja pública?
Há os politicamente corretos, os engajados, os defensores dos animais, os zens, e os que não dão a cara, nem para curtir as postagens alheias.
Os adolescentes formam um capítulo à parte. Acho graça quando escrevem, com ar de quem  fez uma grande descoberta, o óbvio ululante. Ai, meu Deus, eu já fui assim!!!!!
No fundo, todos à procura sabe-se lá de que. De visibilidade, reconhecimento?
Sou do tipo que mais observa do que se expõe, e não poderia ser diferente, já que na vida real sou assim. Muito cômodo para mim, já que posso julgar o que vejo sem ser julgada.Talvez essa seja uma das razões para eu não me arriscar tanto, postando o que ninguém vai curtir. A propósito, as poucas vezes que postei, o feedback foi mínimo. As pessoas, em sua maioria, preferem o consenso, e eu o que escapa do senso e lugares comuns. 
E vc, qual o seu tipo virtual?

ADELE - ESQUECIMENTO


Alguns podem estar se questionando o porquê de eu não citar Adele dentre os bons lançamentos musicais de 2011. Não que eu não curta Adele. A primeira vez que a ouvi foi em 2009, cantando Chasing Pavements. Fiquei encantada, é claro, e, com o lançamento de Rolling in the deep, não poderia ser diferente, até... que a mídia brasileira passou a noticiar overdosamente a cantora, e cai na dúvida.
Não apenas acho que toda unanimidade é burra, como já dizia o saudoso Nelson Rodrigues, como também que toda maioria é ignorante e quase sempre não tem bom gosto musical.
Quando as redes sociais foram invadidas por postagens maciças de vídeos de Adele, comecei a desconfiar se realmente o som dela é tão bom.
Continuo achando que sim, mas não aguento mais ouvi-la. Quem sabe, quando cair no ostracismo, volte a escutá-la. Por enquanto não dá.
O mesmo aconteceu com, por exemplo, Coldplay. Preferia o som anterior a Viva la vida. Depois deste álbum, o Coldplay aproximou-se muito da fase pop do U2. Não gostei.
Outro que me incomoda vê-lo na boca do povo é John Mayer. Adoro o álbum Continuum, mas não gosto da quase unanimidade em torno de seu nome.
É, acho que sou uma ciumenta musical.






27 de dez. de 2011

CINE JOIA



Recém inaugurado e revitalizado pelo empresário Facundo Guerra, o Cine Joia promete ser uma das melhores casas de show de São Paulo.
Já trouxe Ladytron e agora em dezembro Kings of Convenience.
Estão à venda ingressos para o show de Mayer Hawthorne, cujas músicas recebem influência do soul e jazz - 

http://www.youtube.com/watch?v=thFNaRw1yfk

http://www.youtube.com/watch?v=pBKx8PyE5qQ



E FALANDO DE MAIS MÚSICA

Lembrei-me de um CD lançado há um tempo de Tori Amos com regravações de clássicos. Adoro. E aproveito para engrossar a campanha "Tori Amos" no Brasil e pedir a todos que a curtem que façam o mesmo. É o seguinte, basta mandar um tweet para @eduardo_fischer.


Tem quem detestou, eu simplesmente amei! Enjoy the silence do Depeche Mode.


Nirvana - Smells like teen spirit, na versão Tori Amos.


ESQUECIMENTO

No meio das velhinhas esqueci de incluir:


Interpol - Stella was a diver and she was always down.


http://www.youtube.com/watch?v=oByD5nmCWOY&feature=related

Nick Cave - Slowly goes the night


http://www.youtube.com/watch?v=cECSRsTwkLU

Kings of Convenience - Love is no big truth 



Jewel - Hands




Regravação de Dreams pelo The Corrs


http://www.youtube.com/watch?v=8BglEyv5O2Y

Aimee Mann - Save me


http://www.youtube.com/watch?v=bNbTC6xLVg0

Fiona Apple - The first taste


http://www.youtube.com/watch?v=uiuk0z8dzXo

 Fim da lista. Bem eclética, não?

MÚSICAS 2011

Tem coisa mais irritante do que os novos chavões das redes sociais, como "fato", "pronto falei" e etc?
Mas, mudando de assunto, acho que 2011 não foi um bom ano para a música. Certo que eu pouco acompanhei o cenário musical este ano, porém o pouco que vi não me conquistou. Senti falta de um som autêntico pelo qual me apaixonasse e passasse dia e noite ouvindo-o, sem parar.
Do que ouvi por aí, destacaria:

Michael Kiwanuka


Como não tenho mais vídeos para apresentar, volto para as velhinhas:


The Sundays - Summertime


http://www.youtube.com/watch?v=lcN5Vaqd9sg&feature=related

Saint Etienne - Nothing can stop us now




The Smiths - This night has opened my eyes












26 de dez. de 2011

COMER, REZAR E AMAR


Ontem, finalmente consegui assistir ao filme baseado em um best seller, Comer, Rezar e Amar. Da primeira vez que o vi, não consegui passar do início da viagem da protagonista, Julia Roberts, à Índia. Será por que assistia em dublado ou por que me deu sono mesmo? Bem, ontem reprisaram o filme e insisti em vê-lo. 
Um filminho água com açúcar, repleto de clichês, superficial, do tipo auto-ajuda. Até aqui nenhuma novidade, apenas o esperado.
Mas a cena mais hilária foi a do suposto costume brasileiro de beijar na boca. O filho do brasileiro que a protagonista conhece em Bali conta que seu pai, brasileiro, tinha o hábito de levar e buscá-lo na escola, despedindo-se com um beijo na boca, o que lhe espantava, assim como a seus amigos, já que não crescera no Brasil. Logo adiante vem a cena em que o pai brasileiro despede-se do filho, beijando-lhe na boca. Ri muito.
Esses norte-americanos são realmente retardados, incrivelmente imbecis.
Sou brasileira e nunca vi ninguém, exceto namorados, amantes e casais, despedir-se com um beijo na boca. Isso não existe aqui.
A imagem que os ignorantes norte-americanos têm dos brasileiros é de lascar. Acham que somos todos libertinos, libidinosos e permissivos, sem saber que há muito importamos o american way of life e, por isso, somos muito mais parecidos com eles, infelizmente, do que com a ideia que fazem dos brasileiros.
Para mim, o filme acabou mais como uma comédia e a atuação do Javier Bardem, sempre tão boa em outros filmes, estava péssima. Não gostei.


21 de dez. de 2011

SHOWS 2012 EM SÃO PAULO

Alguns shows confirmados para 2012.


Festival Sonar, dias 11 e 12 de maio, com ingressos já à venda no www.ingresso.com.br, traz para o Anhembi Byork e o duo francês de música eletrônica Justice.


O Lollapalooza, em 7 e 8 de abril, no Jockey Club, trará Arctic Monkeys.


Teremos, ainda, em março, dia 22 e 23, Roger Waters, no estádio do Morumbi, e dia 10, Sisters of Mercy, no Funchal.





PALAVRÃO

Dizem que nunca falo palavrão. É quase verdade.
Palavrão, o próprio nome diz, não é palavra, ou melhor, é palavra com "ão", palavra pra chamar a atenção, pra causar exclamação, pra mostrar indignação.
Por isso a reservo a situações em que quero causar grande impacto.
Um palavrão dito a cada dez palavras transforma-se em palavrinha. Depois de um tempo, acostumado, o ouvinte não lhe dá ouvidos.
Um palavrão nascido da boca de alguém que quase nunca fala, por alguns segundos, paralisa a cena, suspende sons e gestos e mostra ao mundo para o que veio.
E o meu favorito é merda.

20 de dez. de 2011

MORTE DE KIM JONG-IL

Noticiaram a morte de Kim Jong-il, considerado um dos maiores ditadores norte-coreanos. Aqui, as pessoas ficaram bastante indignadas com o luto dos norte-coreanos. Muitos se disseram espantados com o que denominaram de resultado da manipulação intensiva de um povo. Achei graça. E se nós ocidentais formos um deles? O outro lado da moeda? Tão manipulados quanto? Para uma ideologia diferente, é claro.
A mídia repetiu à exaustão os hábitos do Kim Jong-il, apreciador de vinhos caros e viciado em cinema, num país marcado pela miséria.
Ah, sim, como se no Brasil fosse muito diferente! Como se aqui nossos políticos vivessem uma vida economicamente compatível com a da grande maioria dos cidadãos brasileiros.
    

MÚSICAS BRASILEIRAS PARA OUVIR A DOIS

Achei injusto deixar de lado as músicas brasileiras. Por isso, vou postar cinco de que muito gosto e que não são tão populares.

1) Sete mil vezes - Caetano Veloso

Fiquei bastante surpresa por não encontrar um único vídeo de Caetano cantando essa música no google, por isso deixo registrada a letra:


2) Cais - Milton Nascimento.

Escolhi o vídeo com a interpretação de uma das melhores cantoras que o Brasil já teve. 


3) Na ribeira deste rio - Dorival Caymmi

Optei pela bela interpretação de Mônica Salmaso.


4) Dança da solidão - Paulinho da Viola.

Bem, esta daqui não é exatamente uma música pouco popular, mas a escolhi porque recentemente escutei o novo CD de Marisa Monte e senti saudade dos velhos tempos em que ela produziu alguns dos melhores álbuns como "Verde, anil, amarelo, cor de rosa e carvão" e "barulhinho bom".


5) Derradeira primavera - Tom Jobim

Adoro o som do cello.








19 de dez. de 2011

CASA


Não há lugar no mundo onde eu mais goste de estar do que em minha casa.

Experiência de quase morte


Preciso escrever sobre as visões que tive durante quase 8 meses de internação em uma UTI, antes que o tempo as apague de minha memória, e eu já não saiba mais distinguir o visto do imaginado.
Tudo começou assim:
Antes existia o nada. E, de repente, do nada acordei dentro de meu sonho, que se alimentava de elementos da realidade para tecer uma história diferente.
O despertar foi dentro de uma van. "Obrigada, Di, por haver descoberto esse tratamento muito humanizado, se não fosse você". Contaram-me que, a certa altura, os médicos resolveram me transferir para um dos únicos três disputadíssimos quartos de UTI considerados humanizados, porque admitiam acompanhantes. Por certo "humanizado" foi a primeira palavra que ouvi do mundo real e a repeti no meu mundo sonhado.
A van estava estacionada em frente a uma praça, próxima a uma escola de natação, e fazia um sol escaldante. Todos os dias o Di saia para dar um mergulho. Vê-lo voltar molhado refrescava-me, mas, ao mesmo tempo, aumentava meu desejo por água. Por algum motivo, eu não podia ainda sair daquela van para mergulhar.
Duas equipes médicas cuidavam de mim. A do Dr. Nelson não acreditava naquele tratamento humanizado, alternativo, maluco. A da Dra. Carmen, acreditava. O responsável pelo tratamento era um IPOD. Tudo acontecia por causa dele, por meio dele.
Na UTI, as mesmas equipes esforçavam-se pela minha recuperação, sendo que a da Dra. Carmen foi quem descobriu a causa do problema e prescreveu um tratamento de alto risco, que funcionou e salvou minha vida. Mas, antes de chegarmos ao fim, voltemos à van.
Dentro dela havia um personagem inusitado. Um robô na forma de pinguim, que andava ao som de repetidos "bips".
Na UTI, os bips vinham das máquinas às quais me mantinham ligada e significavam que minha saturação ou respiração haviam ultrapassado os limites padrões. Eram alertas para as enfermeiras.
Na minha van, elas, enfermeiras, não existiam. Eram instrutoras de natação, que, depois de algum tempo, me levaram para a piscina, mas, no primeiro mergulho, comecei a me afogar. Foram minutos embaixo d'água, sem conseguir respirar, sufocada, quando, no último segundo do último tempo, uma instrutora salvou-me, me puxando para fora da água. 
A última imagem foi a de um túnel. Nele uma luz tão intensa, para onde eu caminhava até começar a sentir medo, um medo que foi crescendo, crescendo, crescendo, para, num primeiro instante, me paralisar e, depois, me botar em fuga.
Acordei no quarto da UTI.
Contaram-me, depois de alguns dias, que um fio que me ligava a um medicamento importante para manter minha pressão soltou-se numa das visitas médicas, e que teria morrido não fosse, no último segundo do último tempo, uma enfermeira detectar o problema.
O IPOD também existiu de verdade. O Di passava todos os dias colocando-o, em meus ouvidos, para tocar minhas músicas preferidas.