29 de jan. de 2012

BRASILEIRO E O SERVIÇO PÚBLICO

A moça que trabalha em casa (diarista) tem uma filha dislexa. Falei sobre a existência da ABD (Associação Brasileira de Dislexia), que oferece atendimento por equipe multidisciplinar. Pergunta se ela, com telefone e endereço em mãos, procurou o serviço. Claro que não. Um dia desses ainda me disse que não vê a hora de poder pagar à filha uma escola particular (aliás, hoje ela está passando as férias com os avós na Bahia e a matricularam numa escolinha particular de reforço, mesmo com todas as privações por que passam). Esse é um de tantos outros exemplos que teria para contar para concluir que brasileiro acha que tudo que é público é gratuito, e que tudo que é dado de graça não presta. Os serviços públicos são ruins porque as pessoas, ao invés de exigirem melhorias, não os querem, fogem deles como o diabo foge da cruz. E nem sempre isso (qualidade ruim dos serviços públicos) é verdade. Por exemplo, os maiores especialistas da área médica estão no HC (Hospital das Clínicas), em São Paulo, e a Defensoria Pública faz um trabalho muito superior a muitos advogados por aí. Os serviços públicos, de uma forma geral, vão mal, mas, a continuar o estigma de que devem ser destinados apenas para pobres e que, em tempos atuais, ninguém quer ser pobre (todos querem ascender socialmente), ficarão piores.

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