26 de jan. de 2011

SÃO PAULO, UM BOM LUGAR PRA SE VIVER?

Para responder à pergunta, inevitável uma outra: comparado a que? Dizem, e é verdade, nada é absoluto, tudo é relativo.
Alguns concluirão de imediato que, a depender do que escrevi no meu perfil, a resposta será não, não dá para viver em São Paulo (rs). Não quero ser tão simplista assim.
Por causa do aniversário da cidade de São Paulo, no último 25 de janeiro, o Sakamoto (blogdosakamoto.uol.com.br) publicou um texto no qual convida as pessoas não a comemorar, já que não haveria muitos motivos, mas a refletir e persistir concretamente no sonho de uma Sampa melhor.
O texto provocou discussões. Muitos defendendo os paulistas; outros, não.
É verdade que se reduzirmos a discussão a generalizações corremos o risco de cometer injustiças com as exceções. Mas o texto foi escrito para uma maioria que não se acha maioria.
Lembrei-me de uma aula de filosofia na faculdade, em que o professor perguntou: "Quem aqui se considera uma pessoa injusta?". Ninguém levantou a mão. Ele arrematou: "Então, por que há tanta injustiça no mundo?
Há sim paulistas preconceituosos, porém o preconceito não é exclusividade nossa.
Como uma grande metrópole que é, São Paulo possui muitas das características de tantas outras: rica em recursos, mas desorganizada; alto índice de empregabilidade, mas também de exclusões; centro financeiro longe da periferia; culturalmente atraente, porém repleta de filas e burocracia; cheia de gente, de carros, de acontecimentos, muito cheia. Definitivamente, uma cidade para quem gosta de viver aos "esbarrões", "a mil por hora", como se costuma dizer por aqui (e por isso não faz meu tipo).  
O povo paulista costuma ser muito acolhedor. Não espere, porém, um encontro e uma convivência repleta de mimos e afagos. O paulistano tem trato seco, educado, discreto. 
Já estive em outros Estados em que os cidadãos, desconfiados, "fecham a cara" pra quem não é do bairro. Não gostam não.
Prefiro a capital paulista a outras capitais em que o turismo é muito presente. Não gosto de sair às ruas e encarar os olhares de estrangeiros sedentos por "brasileñas calientes".
Gosto de São Paulo pela vida anônima que só uma cidade com suas dimensões (e aqui me refiro também a populacional) pode propiciar.
Mas não nos esqueçamos das palavras de Sakamoto: comemorar? Vá lá, um pouco, pelo que de positivo existe, mas não nos apartamos daqueloutra realidade que não entra no imaginário da bela São Paulo da grande maioria letrada, com dinheiro no bolso para um cineminha de final de semana, que frequenta bares, restaurantes, shows, teatros e possui um carro, para ir aonde quiser.  



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