18 de mai. de 2011

O QUE NOS COMOVE?

COMOVER, mover junto. O que nos comove?
Quando o assunto é futebol, sou um absoluto paria. Não conheço nome de jogador, time, jogo, fifa, presidente, técnico e o escambal. Isso me intriga. Pelo menos, uma vez por semana, do alto de meu apartamento, sou surpreendida por gritos, festejos e fogos de artifício de uma gente considerável (é quando me dou conta de que alguém está jogando), e não entendo o porquê. Já tentei ler coluna esportiva de jornais e revistas, já assisti a jogos. Nunca vi brasileiro festejar, brigar, lutar por causa social alguma. Muitos dirão: Ah, mas isso é outra história. Não. Não é outra história. Todos os dias nos noticiários, situações acontecem que me indignam. Vontade de xingar, de gritar, de chorar, de sair às ruas, dizer chega, basta, vamos mudar, fazer diferente, jogar outro jogo. E todos esses gestos de que tenho vontade são tomados por uma maioria em dia de jogo de futebol. É impressionante a repercussão de um jogo. Basta acessar redes de relacionamento para se ter uma idéia do quanto os lances estão sendo comentados. Ah se o brasileiro tivesse essa mesma gana para resolver ou, ao menos, cobrar resoluções para os problemas deste país. Seria outro, seríamos outros. Não me incomodaria de aderir aos gritos em dia de jogo de futebol, de pronunciar chuuuuupppaaaaaaa (quando o máximo de palavrão que já pronunciei até hoje foi carambola e putz grila), se pudesse gritar em outras bandas (entenda-se assunto) também. Mas sendo só este o grito da maioria massissa, me recuso a fazer papel de idiota, achando fantástico um bando de marmanjo correr atrás de uma bola. Quando tudo isso começou? Quem convenceu a maioria dos brasileiros de que isso é uma das coisas mais importantes do mundo? Fico aqui no meu canto, no alto do meu apartamento, quieta, ouvindo os gritos loucos, sem pé nem cabeça, de uma torcida, que sofre e é feliz. Uma pena.

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