9 de jan. de 2012

ETERNIDADE

Hoje, assistindo ao filme "Quincas berro d'água", ouvi em uma das cenas "A noite do meu bem", música imortalizada na voz de Dalva de Oliveira. Lembrei-me de uma doce amiga do colegial. A mãe tinha o hábito de cantá-la em casa, e ela cantava para mim durante as aulas. E saber da existência dessa música por ela foi mais importante para minha vida do que todos os saberes que tão bem-intencionadamente os professores desejavam me ensinar. Sempre que a escuto, lembro-me dela, tão melancólica, cantando.
Um dia perguntei ao padre com quem trabalhei na Pastoral Carcerária se acreditava em vida eterna, tal qual apregoava, e ainda apregoa, a igreja católica. 
Ele respondeu que eternidade para ele é quando fazemos o bem a alguém, e esse alguém o transmite a novo alguém, que transmite a outro, e a outro, e a outro, infinitamente.
"A noite do meu bem" imortalizou-se dessa forma. A minha amiga imortalizou-se, para mim, cantando "A noite do meu bem". E eu quero um dia poder cantá-la também para minhas crianças.


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